domingo, 19 de fevereiro de 2012

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A última noite da vela

Como faço para te ouvir ó munda morta
Que deixas sozinha num canto escuro
Uma alma sem telhado janela ou porta
Que chora trinta mil ais contra’um muro

Dentro da casa negra sem veias ou sinais
Morre-se uma estrela num fuso queimado
Enquanto anjos negros dançam Carnavais
Ao som de tambores e fogo estrelado

Se agora esta alma não mais te importa
E o capitão do universo não mais acorda
Deixa que ela vá em paz para a última horta

Ela está exausta ó munda - de ti ela desborda
Caíram-se-lhe as penas e a vida se lhe corta
O coração de sangue que não mais a’borda

Fernando Oliveira

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