Nos campos cobertos de lírios
em passos eu traço uma lira;
da seda tecida num lírio,
eu faço as cordas da lira.
De cima o inseto pranteia,
à forma que dei ao seu canto,
que dele desfiz sua teia,
pra nele tocar o meu pranto.
E o vento que o campo transpira,
num sopro assim... inspirado
retira das cordas da lira
meu pranto já muito alquebrado.
E o inseto, num instante, se vinga,
do bardo que com a lira pranteia,
e tece, retece, respinga...
refaz novamente uma teia
sexta-feira, 2 de março de 2012
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Nos Campos de Lírios
autor(a): Luiz Delfino de Bittencourt Miranda
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