Tão linda menina da tribo,
nascida do ventre da terra,
se enfeita de flor e da lua
e brinca nas ondas do mar.
Que cuida de toda a floresta,
que colhe os seus frutos do chão, semeia de amor cada gesto,
saúda e se orgulha dos mortos.
Reparte com gosto o seu pão
e espalha altivez na pegada,
é forte e confia no vento,
é frágil se presa num nó.
Menina bonita, perdão!
Tomei teu quintal e teu canto,
pisei no teu dom, tua guerra,
matei o selvagem de ti.
A mim, não me vejo um irmão,
não tenho direito ao teu riso,
nem sei liberdade ou querer.
Oh! Mestre, me ensina a ser eu!
Tupi, Guarani, Goitacaz...
Tão longe de mim e tão eu,
o orgulho da pátria, a raiz,
frondosa, definha à míngua.
Um dia chegamos ao fim,
tacapes e zarabatanas,
museus, tantos livros e fotos
e nunca aprender a lição.
O homem é livre e é seu rei,
não pode mandar em ninguém.
Se o peito entorpece, ele esquece
que vai se extinguir mais além.
Resgata esse índio de ontem!
Venera a origem de tudo!
Lamento, menina, lamento...
Se sou teu algoz, porque mudo.
****************
sexta-feira, 20 de abril de 2012
1
ÍNDIO
autor(a): Lílian Maial
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 Comentário
Um poema tão lindo quanto a natureza, parabéns.
Postar um comentário