"Já é tarde!", dispara o alarme!
É hora de desmontar o que o suor ergueu
e os grandes fingem que não sabem.
"Já vai tarde!", gritou o opressor
imponente com aços na cintura,
enquanto varria das ruas vidas mínimas.
E ninguém pergunta ao sujeito:
ao que se sujeita para ter uma mesa cheia?
E por quê sujeita o teu corpo pequeno
ao que a mente não aguenta?
"Só são frases!", resmunga o pessimista
com a tua vida liquida consumindo o que não lhe cabe.
"São males!", disse o engravatado
dentro da caixa colorida, justificando
o descaso com divinas frases.
E ninguém questiona se a
chuva molha o que a mídia não conta.
E ninguém responde: se o meu semelhante
varrido constantemente na faxina urbana,
será salvo de sua vida despedaçada.
"Só são vidas!", disse o monstro dentro de nós.
"Só são vidas.", demonstra o recuo de nossos olhos.
"Só são sombras!", notou a nossa indiferença disfarçada.
"Já é tarde?", perguntou a nossa consciência calada.
"Talvez", respondeu a nossa ação dissimulada.
1 Comentário
Thabata,
Gostei Muito de Seu Poema!
"'Já vai tarde!', gritou o opressor / imponente com aços na cintura, / enquanto varria das ruas vidas mínimas."
Reflexivo e inspirado.
Um Beijo! Jorge
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