quinta-feira, 3 de maio de 2012

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Alarde tardio?

"Já é tarde!", dispara o alarme! 
É hora de desmontar o que o suor ergueu
e os grandes fingem que não sabem. 

"Já vai tarde!", gritou o opressor
imponente com aços na cintura,
enquanto varria das ruas vidas mínimas.

E ninguém pergunta ao sujeito: 
ao que se sujeita para ter uma mesa cheia?
E por quê sujeita o teu corpo pequeno
ao que a mente não aguenta?

"Só são frases!", resmunga o pessimista
com a tua vida liquida consumindo o que não lhe cabe.

"São males!", disse o engravatado
dentro da caixa colorida, justificando
o descaso com divinas frases. 

E ninguém questiona se a 
chuva molha o que a mídia não conta.
E ninguém responde: se o meu semelhante
varrido constantemente na faxina urbana,
será salvo de sua vida despedaçada.

"Só são vidas!", disse o monstro dentro de nós. 
"Só são vidas.", demonstra o recuo de nossos olhos.
"Só são sombras!", notou a nossa indiferença disfarçada.

"Já é tarde?", perguntou a nossa consciência calada.
"Talvez", respondeu a nossa ação dissimulada. 

1 Comentário

Jorge Xerxes

Thabata,

Gostei Muito de Seu Poema!

"'Já vai tarde!', gritou o opressor / imponente com aços na cintura, / enquanto varria das ruas vidas mínimas."

Reflexivo e inspirado.

Um Beijo! Jorge