quarta-feira, 9 de maio de 2012

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O ANJO 1 - JANDIRA ZANCHI



O ANJO 

1.

      Quem é esse que se aproxima e disponibiliza? Os olhos levantam torres no céu, crivam-se de audácias arquivadas, são louros e insultos. É advindo, tal príncipe, da carruagem do rei. Ilha de terra e água, redoma de vidro e vapor, liso de branco silêncio.
- Enfim...
- Se me demorei foi nas encruzilhadas destes teus caminhos.
- Agora, sente-se aqui.
- Não me direi honrada pois tantas vezes deflorada.
- Já tenho pronta uma nave amaciada e branca, lírios de paz.
- Ao teu lado descansar...
- e enviar...
- Umas morenas e pratas estrelas conjugando-se no verbo . E então ?
- O método discursa-se com alguma métrica.
- Suponho que sim.
- Para que permaneças e conheças o princípio do Verbo do rei, te ofereço essa  cabana.
-Tem muita luz... aspiro um dourado néctar de ligeirezas e amplitudes no azul desses aposentos. A quem falarei ?                                 
- Cantaremos pares díspares de arremessos.
- Ao deus retornar.
     Olhou-a com muita profusão de inquietude. Ainda não sabia se a amaria, porém, estava certo de que não a desonraria. Não era um braço que lhe oferecia, antes, um fio de pena e espada

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