sexta-feira, 1 de junho de 2012

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A CRIA MALFORMADA - Soneto de Adelina Velho da Palma


A CRIA MALFORMADA                                      


Tu bem sabes que essa cria não presta,
de semente bichosa foi gerada,
com seiva poluída alimentada
e medrou hipócrita e imodesta...

Tanto sabes, que buscas uma fresta
que, por entre a maldade descarada,
revele uma afeição desinteressada,
uma atitude sincera e honesta...

Se sabes!... Mas teu amor encabresta,
constrói castelos a partir de nada
enquanto a mente o coração contesta...

Esquece a cria infame e malformada!...
Aceita-lhe a natureza funesta
e ama as outras crias da ninhada!...
Adelina Velho da Palma

2 comentários

regina ragazzi

Nossa!! Forte, Visceral. Adoro textos assim. Abraços

Jorge Xerxes

Adelina,

Intenso: Excelente Poema!

"Tu bem sabes que essa cria não presta,
de semente bichosa foi gerada,
com seiva poluída alimentada
e medrou hipócrita e imodesta..."

"Esquece a cria infame e malformada!...
Aceita-lhe a natureza funesta
e ama as outras crias da ninhada!..."

Um Beijo, Jorge