terça-feira, 5 de junho de 2012

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FECUNDA



A finitude tem lá seu sentido:
coisa de ciclo, de cio, de circo.
... Às vezes me penso grão,
entre mofo e broto,
turbilhão de ideias
de germinar passado
num único centímetro.
Não me caibo reclusa em mim.
Já fui expandida em uns e outros
e também não vinguei.
É de minha natureza atrair parasita.
Frondosamente inútil,
bem sirvo para desenvolver daninhos.
Noutros dias, feito um tubérculo,
arrastando as raízes na tentativa de sol,
viva para a sobrevivência dos mais frágeis,
energia e nutrição de seiva e reprodução.
E circundo e sugo e sigo
e nada de colher respostas.
Já caí de madura,
macerei no musgo verde da saudade,
servi de adubo no colo.
Cheiro a frescor e clorofila,
mato
e ainda semeio caminhos.




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2 comentários

Jorge Xerxes

Lílian,

Um Belíssimo Poema!

"E circundo e sugo e sigo
e nada de colher respostas."

"Cheiro a frescor e clorofila,"

"e ainda semeio caminhos."

Expressão de Sensibilidade!

Um Beijo, Jorge

regina ragazzi

Que belooo!!! Lindo demais.Bjss