Para
minha avó Isabel Teodomira Pereira
Ainda te vejo terminar os
dias
cozendo a colcha de retalho
de tua genealogia.
Sabias, sim, os segredos da
vida,
única explicação para a
transparência de teu olhar...
Entendias também os
sortilégios da morte.
Muitos dos teus já tinhas
visto partir no nefasto trilho do fim absoluto.
Confesso não ter conhecido
quem melhor divagasse entre magos e dragões,
conhecesse os cordéis do seu
povo,
que, vestida de santa,
ensaiasse noites inteiras os martírios do ser divino.
Usou o apoio imprevisto das
estrelas e se fez poetisa.
Recitando os versos de seus
heróis sertanejos,
embalaste o sono do pequeno
ávido,
e plantaste o sonho que agora
luto
para não se esvair.
(do livro Verdes Versos - 2007)
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