domingo, 1 de julho de 2012

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Dedo na ferida


Não direi
o nome
de minha fúria,
direi sim,
a razão
de meu desconcerto,
diante do eu
compartilhado,
diante
da partilha,
do deslumbre,
da fadiga
de um
                 eu
que por ser humano
só guarda
o que se esfacela
na promessa
e que se deslumbra
consigo mesmo
nas cinzas de
um futuro certo,
que não permite
a falsidade
do brilho
com que lês
este poema.

Jorge ELias Neto

1 Comentário

Jorge Xerxes

Jorge,

Um Poema Vigoroso!

"que por ser humano / só guarda / o que se esfacela"

"que não permite / a falsidade / ... / com que lês / este poema."

Meus Parabéns!

Forte Abraço, Jorge