ouço embebida de ti os rumores do inverno.
como tu as árvores sabem ser, em mim,
um temor reverencial
força poética a me inventar
livre, insubordinada, selvagem
ficção íntima caída no papel.
na folha do caderno, num simulacro,
as palavras crescem.
em metamorfose,
instante após instante, celebram
em cada verso
mais que um símbolo
e perenes fazem-se sol,
a brincar de anoitecer.
fingem-se silêncio de pássaros
e deixam, às mãos
[que já não dormem],
no passeio pelo ritmo do dia
a canção de diversos eus.
sonia regina, das árvores e do mar
rio, 11.8.12
imagem: rolling waves through trees, by Art Surgery
2 comentários
As palavras caíram em metáforas e desenharam lindos versos...E eis que surgiu uma linda canção dos diversos eus...
Bom domingo!
Marcia, olá!
Legal tua leitura, super grata por ela e pelo comentário.
Bjs da Sonia
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