terça-feira, 23 de outubro de 2012

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Terça


 

 

Terça. E a escrita ainda não. Na linha de indicernimento ainda. Escrita fantasma. Sem corpo. Incorpórea. Incorporar era preciso. Na terça ainda. No virtual da página. Para o blog. Para a coluna. Minha coluna vertebral?

Arterial. Precisava do sentido, não o exato, mas o possível. Não o universal,  a essência. Não havia essência, só o sentido do real. Daquele possível. Mesmo que não fosse o todo-real. Esse não conhecia nem se importava. A escrita estava no chão, na pele. No momento exato em que tremia.

Quem tremia? Ele ou a escrita? Ambos um e vários. Todos um. Que não era uno. Era vário. Multiplicidade. Fluía mas não fugia. Não era isso.

Coisas de fuga não habitavam suas linhas. Nem cavalgavam suas palavras tortas. Preferia a loucura. Sua língua abraçava a loucura como a um filho. Apertava com carinho e fúria.

E a terça se ia. Se esvaia. 21:17 e o texto morria na palavra esvaia.

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