quinta-feira, 15 de novembro de 2012

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imaginação

Como é que se diferencia
A verdade da mentira
Se quando tira uma
Nem sempre a outra fica.

E juntas e tão misturadas
No meio da nossa cidade
São apenas a matéria-prima
Do que se chama realidade.

Não quero aprender só a ver
Me deixe sonhar um pouquinho
Pois sonho porque sei mentir
E acreditar sozinho.

E mesmo que seja impossível
Que eu possa ver realizado
Tão bom o sonho que sonhei
Quando estava acordado.

Não quero assim me iludir
Viver tão alienado
Mas quando a verdade invadir
Não vou ficar frustrado.

Eu sei bem a diferença
Entre sentir e perceber
Entre a certeza e a crença
Entre o enxergar e o ver

Só quero ser feliz sonhando
Ainda que pareça louco
É disso que eu tô precisando:
Mentir mais um pouco.

Não venha me entregar a luz
Prefiro a escura caverna
Platão já não me seduz
Com a sua lanterna.

Me bote dentro da Matrix
Mas não me feche no caixão
Não tô morto, só tô feliz
Com tanta ilusão.

Mentira só é que não era
Percebi de estalo, então,
É a verdade que revela
A sua imaginação.

1 Comentário

Jorge Xerxes

Márcio,

Gostei Muito do Poema!

Especialmente dos versos...

"Me deixe sonhar um pouquinho
Pois sonho porque sei mentir
E acreditar sozinho."

Um Grande Abraço, Jorge