sábado, 24 de novembro de 2012

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QUASE ÁGUA - JANDIRA ZANCHI


não falo desses olhos ou dessas espreitas no terraço e na mesa...
não há interesse ou vontade  na poesia de fugir do sujeito e sua cordilheira
de astros armazenados e flutuados nas sombras ou na luzes

não existe motivo ou centelha de verdade além da cauda da lua
maviosa morena misteriosa
surgindo na noite profunda intensa de seu vácuo e eternidade

a alma sentada em seus mantos e prantos encantada com o milagre
o movimento os  seres e a água
a luz e o meio tom do impenetrável  final de tarde
então, o concreto e a paz entremeando a jornada
o porque e o não sei mais o que

essas sentenças que não se pontuam e nem finalizam
pois é o sonho no centro ou nas paralelas o som da poesia
essa fadiga do encanto e do silêncio – é quase água.

2 comentários

Jorge Xerxes

Jandira,

Belíssimo e Inspirado Poema!!!

Meus parabéns e um beijo,

Jorge

Penélope

Quase água - gotas talvez de um pranto que jorra de pura emoção. Abraços