A praça
Estaria
reservado no escaninho dos deuses
tão
impensada tormenta?
Movimento
primevo:
revoada
dos pombos.
Quebrado
o instante,
brancas
penas restaram na praça.
Crianças
absortas,
festejando
o dia,
imaginaram
dragões e fadas.
Anciões
se entreolharam
e
cismaram com o céu...
Ato
contínuo:
zunido,
estrondo,
perplexidade.
Malfadado
encontro:
pó
e silêncio.
Os
primeiros gritos,
embotados
pela poeira do subentendido.
O
som antecipou
a
imagem suspeitada.
Fez-se
a desolação
nos
rostos que se ergueram.
Os
primeiros gestos, lentos,
não
acompanharam o frenesi do pensamento.
Desespero.
–
Como é possível
minar
tanta água
desses
rostos de areia?
Coube
ao acaso
a
seleção dos fortes
(que
recolheram os corpos).
Ao
poema cabe
despejar
sobre o chão,
e
na cara dos facínoras,
uma
resma de dúvidas.
De
algum ponto,
cabe
o recomeço.
Jorge Elias Neto
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