segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

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CORRESPONDÊNCIAS QUASE DIÁRIAS (2)...




E, eu escrevo-te sem datas ou ponteiros a correrem pelos relógios. Falo-te do meu mundo, das terras que não existem, das casas inabitáveis. Estendo em varais lençóis brancos, lavados dos pensamentos. Eufemismos que me curem os desejos.
Enfeito tua casa com floreiras gigantes. Escondo-me pelos teus jardins. Alimento os pássaros que te pertencem.
Sou ceifadeira dos teus campos de trigo, das raízes dos teus desaventos. Banho te em riachos - teu corpo e meu corpo - imersos em águas cristalinas e mornas.
Passeamos mais uma vez pelas ruas solitárias... avenidas paralelas.
Olhamos os olhos pelos pontos equidistantes.
Concretizamos nossos dias percorrendo os compartimentos estanques que diluem nossas existências.

Imagem Google

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