quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

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IMPRESSO

 
IMPRESSO
®Lílian Maial
 
 
 



no antigo retrato
pregos de flores secas
teus traços pendurados
se confundem com o entardecer

imponho-me a lembrança de sol
um tempo em que a boca
derramava palavra e sorrisos

acostumei com ausências
vazios, esperas
gotas de mobília
teu rosto ainda me enxerga
- na parede -
sobrevivente

os dentes alvos se vingam
cravam na moldura a sombra
que se esvai no último reflexo

cai a noite
e os mesmos olhos opacos
filtram temores e desejos

a imagem na parede
desbotada sentença.

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1 Comentário

Maurélio

Poema encantador amiga querida,beijos