sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

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Pequenas histórias 47

 
 
 
 
 
 
 
 
 
          Sons

Sons invadem o silêncio da voz muda ao dizer palavras inquietas. Sons, porque existem sons que se alojam onde menos se espera? Por que invade o campo das angústias, dos medos, das ansiedades, da espera que tenho de esperar sempre? Vivo na espera. Esta espera amaldiçoada a conduzir meus passos, minhas aflições no desejo de que tudo seja positivo, que nada saia ao contrário. Espera de relógio mal calculada as horas. Este não gostar que fiquem à minha espera acabo na espera do atrasado.
Meio dia e cinquenta minutos. Meio dia cuja temperatura sobe no despropósito de amolecer o corpo empanturrado de guloseimas sem a discrepância de se estar comendo o correto. Meio dia onde o fraco sol se impõe conduzindo o dia para um cinzento ameno bonito. Nem todos gostam da pedra ao molho pardo, mas garanto que todos gostam de serem bem alimentados. Nem todos gostam do supérfluo que dizem existir nas obras surrealistas. Não sei. O surrealismo deflagra o inconsciente sobrepujando o consciente metafísico em cores místicas, dando corpo ao abstrato.

pastorelli

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