Mais um dia se inicia e o desejo
novamente, briga com a obrigação, a vida segue com sua receita: café da manhã,
um pouco de tevê, arrumar a marmita, banho, ônibus e finalmente a escola. Um
cidadão não deve ser muito inteligente para escolher a escola como seu destino
diário, pois se passa a vida inteira como aluno fazendo contagem regressiva
para que terminem as séries, para mais tarde, passar muitos outros anos
entrando e saindo pelos portões escolares.
Aula.. JEIF (grupo de estudos para
professores)... Um pequeno lanche vespertino e lá vou eu de novo para a sala de
aula, mas antes atento, em meio à paisagem que me cerca três crianças, acho que
do primeiro ano, sentadas durante o intervalo, degustando sua merenda, trazida
de casa, dentro de uma vasilha, cercada de carinho, não senhor leitor, eu não
estou enganado, são três crianças e uma só vasilha de lanche, cuidado, sua
lógica vai levá-lo à ruína!
O melhor é que elas espontaneamente,
comiam um belo bolo de chocolate, com uma só colher, guiada pela desprendida
proprietária até a boca de suas duas companheiras, segui o meu caminho escada à
cima, mas algo em mim mudou, talvez, a esperança adormecida tenha aberto os
olhos para me comunicar a sua não-morte.
2 comentários
Admiro a simplicidade, sensibilidade e realidade dessa crônica, transmitidas pelo seu olhar atento e sensível. Parabéns! Nanci Soueid
Meu camarada, você conseguiu melhorar o que já era excelente. Texto tocante. Lembrei de uma música do Beto Guedes que diz: "Iremos passar, mas não podemos nunca esquecer de mais alguém, que vem simples e inocentes a nos julgar perdidos, as iluminadas crianças, herdeiras do chão, solo plantado não as ruínas de um caos." Abraço.
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