sexta-feira, 14 de junho de 2013

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Novo poema de Jorge Elias Neto traduzido por Pedro Sevylla

Le papillon blessé
                                                                   Jorge Elias Neto
Na atual névoa
das simetrías.
Quando se veem pungentes
os pasos que reverberan certezas,
parece um capricho,
essa fieira de insignificancias
(o rastro da borboleta)

Por isso, o silêncio resoluto
desse corpo flácido do homem
diante de nós
(o retorno à condição humana é o recurso último
ao qual se entrega a borboleta em momento de
agonia).

Esses tantos
que se debruçam
sobre seu  leito
não se apercebem da fraude.

(Na verdade,
o poeta não carece de existencia corpórea.)

São bobrboletas que persistem
suspensas na cor indistinta  do tempo.

Sempre restará o marolar das asas,
cortejando com seus signos
aquele que, no absurdo da vida
se aperceber
                                              só.




Le papillon blessé
                                                   Tradução de Pedro Sevylla
En la presente niebla
de las simetrías.
Cuando se sospechan punzantes
los pasos que reverberan certezas,
parece un capricho,
esa hilera de insignificancias
(la huella de la mariposa).

Por eso, el atrevido silencio
de ese cuerpo lánguido del hombre
ante nosotros
(el retorno a la condición humana es el recurso último
al que se entrega la mariposa en los momentos de
agonía).

Todos esos
que ocultan el rostro
en su  lecho
no se dan cuenta del fraude.

(En realidad,
el poeta no vive sin cuerpo.)

Son mariposas que permanecen
atrapadas en el color indefinido del tiempo.

Siempre quedará la cadencia de las alas,
deleitando con sus gestos
a quien, en lo absurdo de la vida
se sabe
                                              solo.


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