Paraná - Segunda parte
No dia que os filhos levaram Seu
Gervásio para o médico, foi um evento extraordinário. Até os ‘vizinhos’ de
léguas de distância ficaram sabendo. Sim, porque lá por aquelas paragens, o
morador mais próximo, e que mora de dez a quinze quilômetros, é chamado de
‘vizinho’. Os comentários sobre o fato se fizeram ouvir por todo lugar na
redondeza, levado de boca em boca: ‘Seu Gervásio está doente’. Alguns até já
aventavam a morte do ancião.
Exageros do diz que diz de
lugares onde as novidades são poucas.
Mas, Seu Gervásio foi e voltou. O
médico, após os exames feitos e analisados, devolveu-o ao lar, pedindo que
retornasse um mês depois. Quem diz que ele voltou ao médico. Volta nada! Tomou
os remédios muito a contragosto, e ficou por isso mesmo.
Eu por minha vez, continuei visitando
o sitio mesmo depois que concluí meu trabalho por aquelas bandas. Dava um
jeitinho de desviar o caminho para dar dois dedos de prosa, como dizia ele, com
o simpático ancião. Suas histórias me faziam bem. Uma delas, ele me contou durante
uma dessas chuvas de verão, fortes, com vento jogando folhas e galhos por todo
lado. A varanda ficava impossível, então entramos para a cozinha onde Dona
Gertrudes fritava os bolinhos de fubá.
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