Para Gabriel Henrique.
Já vi muita gente recebendo e dando
más notícias, eu mesmo, já recebi a tarefa de ser porta voz de algumas delas.
Em mais um dia, dentro da minha rotina como
professor de Língua Inglesa, preso em divagações adultas que vão do oco para o
vazio, por meio das quais, todos vomitam certezas do círculo do: EU SEI. Num
devir demoníaco.
Será que um dia, nós professores
seremos capazes de aceitar que não vamos à escola só para ensinarmos, mas
também para aprendermos?
Agora, nada disso importa! Vejo um
sorriso sem máscaras e sem a mínima intenção de se defender, carregando um
corpo de um pouco mais de um metro, acompanhado por um olhar brilhante e
confuso, todavia, sem melancolia dirigindo-se a minha companheira de trabalho:
- Professora, meu ´Vô ´tá doente, ele
vai arrancar a perna, depois vai por outra de plástico.
- É coisa da vida, meu querido, você
é tão pequeno, eu não sei o que te dizer, só posso te dar um abraço.
Eu um pouco distante, com medo de
derramar minhas lágrimas e assustá-lo, me aproximei rapidamente, o abracei e
continuei tocando ao violão uma canção alegre, ele parte do todo, cantava e
ensinava-nos a seguir...
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