sexta-feira, 13 de setembro de 2013

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O grilo falante

O grilo falante


O que trava a engrenagem do tempo
– essa areia a tanger desesperos –,
vastidão dos ecos insepultos
na remora do desassosego?

Nome próprio – odisséia humana –
dilatado verbo, esse degredo.
Da memória sobrará o espanto,
da tristeza o esgar e o medo.

E os febris cascalhos que rolam
gargalhando por cada tropeço
são presságios da vida inglória

remendada na forma de terço
que deflora de todos a alma,

ignota e morta de berço.

Jorge Elias Neto

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