É difícil dentro de uma relação entre pais e
filhos surgir uma obra que não soe piegas, Molly
Drake escreveu este poema que foge a esta regra, para o seu filho Nick, um cantor folk britânico, de raro
talento, e por estar tão à frente da sua geração só foi compreendido após sua
morte, tal qual ele mesmo já previa na bela canção Fruit Tree, obra que está
em seu primeiro álbum.
Estudante de uma
universidade conceituada, no curso de Língua Inglesa, buscou apoio nos poetas
românticos do século XVIII, bom nos esportes, bonitão, rico, mas não estava
pronto para este mundo, tomou medicamentos em excesso e partiu com a fissura
que carregou ao longo de sua existência.
Nick Drake lançou
três belíssimos álbuns, com arranjos e melodias excelentes, você pode encontrar
rastros de sua música nos trabalhos do Belle & Sebastian e The Cure entre
outros, no segundo a influência está até no nome inspirado em uma canção do
rapaz desajustado.
Como não sou
poeta e muito menos tradutor, fiz uma adaptação das legendas do documentário A
Skin Too Few, que pode ser
encontrado no Youtube, juntando a minha leitura do texto original.
A CASCA (THE SHELL)
Por Molly Drake
Vivem e crescem ao redor de nós
como uma pele
Para se proteger da desolação
total.
Para os marcarmos visivelmente
mais à fundo
Deveríamos estar mortos muitos
anos antes do túmulo.
Mas se virarmos para dentro da
própria casca, veremos
A preocupação, o descontentamento
e a escassa alegria.
Crescemos e florescemos, mas
Raramente olhamos para o escuro
desconhecido,
O qual confundiria nossos olhos.
Alguns rompem à casca.
Eu acho que há aqueles
Que empurram seus dedos através
Das frágeis paredes
E a perfuram,
Por meio desta fenda cruel
Olham para todas as cinzas do
mundo
Com um olhar despreparado.
Eles olham os dois lados: Aqui e
lá,
Eles se conhecem,
E sabem ambos os lados.
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