segunda-feira, 2 de setembro de 2013

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SEM SER PIEGAS: DE MÃE PARA FILHO

 É difícil dentro de uma relação entre pais e filhos surgir uma obra que não soe piegas, Molly Drake escreveu este poema que foge a esta regra, para o seu filho Nick, um cantor folk britânico, de raro talento, e por estar tão à frente da sua geração só foi compreendido após sua morte, tal qual ele mesmo já previa na bela canção Fruit Tree, obra que está em seu primeiro álbum.
Estudante de uma universidade conceituada, no curso de Língua Inglesa, buscou apoio nos poetas românticos do século XVIII, bom nos esportes, bonitão, rico, mas não estava pronto para este mundo, tomou medicamentos em excesso e partiu com a fissura que carregou ao longo de sua existência.
Nick Drake lançou três belíssimos álbuns, com arranjos e melodias excelentes, você pode encontrar rastros de sua música nos trabalhos do Belle & Sebastian e The Cure entre outros, no segundo a influência está até no nome inspirado em uma canção do rapaz desajustado.

Como não sou poeta e muito menos tradutor, fiz uma adaptação das legendas do documentário A Skin Too Few, que pode ser encontrado no Youtube, juntando a minha leitura do texto original.

A CASCA (THE SHELL)
Por Molly Drake


Vivem e crescem ao redor de nós como uma pele
Para se proteger da desolação total.
Para os marcarmos visivelmente mais à fundo
Deveríamos estar mortos muitos anos antes do túmulo.
Mas se virarmos para dentro da própria casca, veremos
A preocupação, o descontentamento e a escassa alegria.
Crescemos e florescemos, mas
Raramente olhamos para o escuro desconhecido,
O qual confundiria nossos olhos.

Alguns rompem à casca.

Eu acho que há aqueles
Que empurram seus dedos através
Das frágeis paredes
E a perfuram,
Por meio desta fenda cruel
Olham para todas as cinzas do mundo
Com um olhar despreparado.
Eles olham os dois lados: Aqui e lá,
Eles se conhecem,
E sabem ambos os lados.

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