O sol chegou
com um sorriso aberto, distribuindo seus raios e aquecendo as gentes. A praça
Ângelo Piazera, bem no centro de Jaraguá do sul, acolhedora como sempre, ofereceu
a sombra e suas árvores, os bancos e a grama verdinha para todos os que
chegaram. E foram muitos a chegar naquele sábado de outubro: os performistas
com seus rostos pintados de branco, suas caretas e gestos engraçados, soltando
bolhas de sabão: os atores cômicos, os políticos e servidores, lançando mais
uma campanha de conscientização; os pintores profissionais e amadores, às volta
com seus cavaletes,telas, tintas e pincéis...
Mães, pais e
avós corujas foram acompanhando o desenvolver dos
artistas...
Como uma mãe
generosa, a Praça recebeu a todos e os acomodou da melhor maneira possível. Não
importa se dali vão sair picassos, nem michelangelos, porque, para eles, o
talento dos pequenos é incontestável!
Os
brinquedos infláveis, que tomaram parte do Calçadão da Marechal Deodoro, são
disputados por crianças inquietas de olhos brilhantes, sob o olhar atento dos
pais. A vendedora de algodão-doce olha para o movimento feliz da vida,
esvaziando seu estoque de pacotinhos cor-de-rosa.
De tardinha
foi a vez dos músicos da “bandinha alemã”, em suas roupas típicas e seus
instrumentos, lembrarem que é hora de curtir a Schützenfest. Uma barraca de
chope se coloca estrategicamente, atraindo os festeiros. Ali também estão as
majestades do tiro, as rainhas e princesas, charmosas em seus trajes germânicos
e distribuindo sorrisos a todos. Os reis e rainhas do tiro, cobertos de
medalhas no peito, também apareceram garbosos, dando o tom solene à Festa dos
Atiradores.
Logo em
seguida aparecem os alegres pilotos da “centopeia”, os homens no enorme carro
alegórico em forma de barril e o tão esperado Beerwagen, perseguido
freneticamente por parte dos passantes, no trajeto que leva, a pé, centenas de
aficionados da festa mais popular entre os jaraguaenses.
À tardinha
se estabelece e o sol vai definitivamente embora. As mesas e cadeiras, que
ainda permanecem na praça, são levados por mãos ágeis dos que trabalham na
retaguarda, garantindo que tudo funcione como um relógio suíço...
A noite
chega, e com ela surgem os namorados, os solitários e os adolescentes em
grupos, com a paquera rolando solta... E mais um sábado termina na praça, entre
tantos outros inesquecíveis...
Este texto integra o livro “Crônicas
de Maria e outras tantas – Um olhar sobre Jaraguá do Sul”, página 31, lançado
em julho de 2009 pela Design Editora.
Sônia Pillon
é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e desde 1996 radicada em
Jaraguá do Sul (SC).
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