sexta-feira, 25 de outubro de 2013

0

A PRAÇA - SÔNIA PILLON

O sol chegou com um sorriso aberto, distribuindo seus raios e aquecendo as gentes. A praça Ângelo Piazera, bem no centro de Jaraguá do sul, acolhedora como sempre, ofereceu a sombra e suas árvores, os bancos e a grama verdinha para todos os que chegaram. E foram muitos a chegar naquele sábado de outubro: os performistas com seus rostos pintados de branco, suas caretas e gestos engraçados, soltando bolhas de sabão: os atores cômicos, os políticos e servidores, lançando mais uma campanha de conscientização; os pintores profissionais e amadores, às volta com seus cavaletes,telas, tintas e pincéis...
Mães, pais e avós corujas foram acompanhando o desenvolver dos
artistas...
Como uma mãe generosa, a Praça recebeu a todos e os acomodou da melhor maneira possível. Não importa se dali vão sair picassos, nem michelangelos, porque, para eles, o talento dos pequenos é incontestável!
Os brinquedos infláveis, que tomaram parte do Calçadão da Marechal Deodoro, são disputados por crianças inquietas de olhos brilhantes, sob o olhar atento dos pais. A vendedora de algodão-doce olha para o movimento feliz da vida, esvaziando seu estoque de pacotinhos cor-de-rosa.
De tardinha foi a vez dos músicos da “bandinha alemã”, em suas roupas típicas e seus instrumentos, lembrarem que é hora de curtir a Schützenfest. Uma barraca de chope se coloca estrategicamente, atraindo os festeiros. Ali também estão as majestades do tiro, as rainhas e princesas, charmosas em seus trajes germânicos e distribuindo sorrisos a todos. Os reis e rainhas do tiro, cobertos de medalhas no peito, também apareceram garbosos, dando o tom solene à Festa dos Atiradores.
Logo em seguida aparecem os alegres pilotos da “centopeia”, os homens no enorme carro alegórico em forma de barril e o tão esperado Beerwagen, perseguido freneticamente por parte dos passantes, no trajeto que leva, a pé, centenas de aficionados da festa mais popular entre os jaraguaenses.
À tardinha se estabelece e o sol vai definitivamente embora. As mesas e cadeiras, que ainda permanecem na praça, são levados por mãos ágeis dos que trabalham na retaguarda, garantindo que tudo funcione como um relógio suíço...
A noite chega, e com ela surgem os namorados, os solitários e os adolescentes em grupos, com a paquera rolando solta... E mais um sábado termina na praça, entre tantos outros inesquecíveis...

Este texto integra o livro “Crônicas de Maria e outras tantas – Um olhar sobre Jaraguá do Sul”, página 31, lançado em julho de 2009 pela Design Editora.


Sônia Pillon é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e desde 1996 radicada em Jaraguá do Sul (SC).

Seja o primeiro a comentar: