Queria um poema simples
Então deixei o nó no peito de
lado
Como a gravata abandonada sobre a
cama
Ouça: não é meu o perfume, vem
daquela flor
Mas eu o sinto
Dependurei o casaco no cabide
Não há razão para eu me proteger
Se de meus pontos cardeais vazam
A seiva pura em planta
Meus filhos, tudo o que quis
dizer e eu não disse
Guardei nas palavras para esses
versos
Os pássaros já não bicam minha
alma
Tenho próprias as asas da
imaginação
As luvas eu não sei delas
Tampouco me importam
Se eu tenho agora de manusear
pétalas
Não mais os espinhos
Nessa lavoura sem enxadas
Minha pena leve de poeta
Sempre que um cisco ofuscar tuas
vistas
Que a gente consiga soprá-lo logo
para longe
Com a suavidade da brisa
Para que novas em folha
Possam apreciar plenas
Estas vastas paragens
Elevadas de poesia
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