quinta-feira, 28 de novembro de 2013

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CANTOS


Não submerja sereia das minhas canções
hipnóticas desaceleradas átonas palavras
impronunciáveis na hora em que apregoo
o preço cobrado aos cometas impensados

sou náufrago do canto indizível
e quero o poema na lira
com que o encanto se faz tanto
e dele tiro a máscara e solto
o corpo na água que nos separa
na suavidade da espuma
no balançar do seu corpo

não me abandone em silêncio
nem concentre a água em raios
inalcançáveis de miragens líquidas

seu canto é o caminho e as pedras
no destino da chegada náufraga de corpos
desditos na hora em que as luzes cessam.

(Pedro Du Bois, inédito)

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