Meus olhos pousam
Meus olhos pousam na estátua fria exposta no jardim do sentimento. Num
pequeno relance visualizo sistematicamente toda a sequência da criação da
forma. A frieza não me fere mais do que a frieza do não sentir trespassando-me
furiosamente. Firo-me à colher as migalhas do olhar a me enregelar de ódio meu
peito em chama. Colho os frutos arenosos caídos no solo infértil pelo tempo apodrecido
de não sentir-me mais como nos primeiros anos de convivência.Satisfaço-me em
cada esquina onde o olhar da vida lanceta meus desejos em pequenos jatos de
prazer. Prazer que delicia os poros encharcados de suor numa sofreguidão
inesgotável, Adormeço nos braços fortes da angústia e solidão.
pastorelli
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