Cena 1
(Um homem
morto de meia idade, magro, alto, cabelos grisalhos, vestindo paletó e gravata
na cor preta, está deitado de bruços no alto da escadaria do Senado. Ele está
com o corpo encharcado pelo sereno e envolto em uma poça de sangue. A área está
isolada pelas polícias Militar e Federal, que fazem anotações, recolhem
evidências e registram em fotos a cena do crime.
Por fora da
área isolada, repórteres de televisão, rádio e jornal, fotógrafos e
cinegrafistas de todo o país e correspondentes estrangeiros fazem a cobertura e
especulam o que levou ao assassinato).
“O senador Demóstenes Robalho foi encontrado
morto na manhã de hoje, no alto da escadaria do Senado, com o corpo encharcado
e envolto em uma poça de sangue. Nesse momento, policiais buscam pistas para o
autor do crime. Por enquanto, se sabe apenas que ele foi morto com um tiro no
peito. A Polícia trabalha com as hipóteses de crime passional, político, ou
queima de arquivo.
Nos últimos meses, Robalho estava
sendo investigado por supostas ligações com o tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro. Também existiam rumores de que estaria se separando da mulher,
supostamente por ter uma relação extra-conjugal com a secretária do gabinete.”
“Alô, ouvintes da Rádio Planaltina do
Norte! Estamos aqui em frente ao Senado, onde ainda se encontra o corpo do
senador Demóstenes Robalho, encontrado morto por volta das 6h de hoje, com um
tiro certeiro no coração. A Polícia investiga as possíveis causas e a autoria
do crime. Nos últimos meses ele foi acusado de corrupto e haviam rumores de que
o senador estaria mantendo um caso com a secretária do gabinete. Só o que se
sabe, por enquanto, é que não foi um assalto, porque a carteira e os documentos
de Robalho estavam intactos.”
Adaptação da primeira parte da peça
produzida na Oficina de Texto Dramatúrgico do Sesc Jaraguá do Sul, em novembro
de 2013. O final será publicado na próxima semana.
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