sábado, 22 de fevereiro de 2014

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Pequenas histórias 87

 

 Lentamente o ônibus

 

 



Lentamente o ônibus, monte de ferros retorcidos, vence o caminho entre casas e muros pichados com palavrões contra o governo.
Lentamente vence a correnteza de carros moribundos colhendo aqui deixando ali sonos letárgicos de sonhos irrealizáveis.
O sol vibra nos concretos embelezando a figueira estampada na placa que dá nome a rua turbulenta.
Silenciosas buzinas partem em ondas o cristal liquido amarelo que atravessa a cidade banhada pelo sol da manhã.
Monumento arquitetônico fincado na beleza do cimento e ferro alimenta a cidade faminta de ignorâncias escondidas.
Verdes sujos retorcidos pela fuselagem erguem seus galhos na fotossíntese entre diversão e trabalho.
Outrora mansões edifícios projetam genialidade do tempo nos passos onde calçada também se embeleza.
Tudo tem movimento no vento balançando roupas nas janelas dos luxuosos apartamentos prisão.
Tudo tem forma nos grafites suplantando a beleza cinza concreto dos viadutos.
Tudo tem vida nos olhos famintos de beleza sempre em transformação.
Tudo se transforma em beneficio da vida natureza nossa de cada dia.


pastorelli

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