sábado, 26 de abril de 2014

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PERSONA

PERSONA
Lílian Maial






Não sei bem se felicidade é estar junto
ou antecipar a chegada,
se a partida dói mais que a previsão da ausência,
se eu te quero para sempre ou somente agora.
Odeio tantas coisas em ti,
que não sei como encontrar verdade em te amar.
Talvez eu ame a ira que me inspiras,
ou a poesia que tua espera me acalanta.
Mas esse teu silêncio, sem dúvida, me agride.
Então, como as conchas, produzo uma pérola,
no lugar em que deveria pulsar uma cicatriz,
e sigo o animus, sorrindo sempre,
porque, numa dessas, desprevenida e cética,
talvez ele me chegue.

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