quinta-feira, 15 de maio de 2014

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ECO das VOZES


“Se eco / aos teus / versos / pulso //... ao inverso, /
onde ecoas / existo / me tramo...” Carmen Presotto


Contra o senso comum, classifico eco das vozes como a interferência na história de vida. Interferir é verbo que ganha voz: é conjugado para cair, levantar e sacudir a poeira; e seguir enfrentando as críticas, das quais a vida não direcionou seu desejo de busca. Segundo Tatiana A. S. Caldas, “A voz se repete / Repete //... De minha voz, apenas o eco ressoa / Insistente / Renitente // Até quando?”.
Interferir remete a um estilo de quem procura uma palavra singular; a presença é marcada pelo eco das vozes, com a possibilidade de recomeçar um novo caminho. Oscar Wilde reflete, ”Simples palavras! O que é que pode ser tão real como as palavras?”
Primeiro passo é ter consciência que ao interferir assumimos riscos pelo ressoar das vozes e pelas decisões tomadas. O segundo passo é se perguntar, como sobrevivemos com as interferências? Oscar Wilde diz, “influenciar alguém é um exercício empolgante”.
Ao pensar em todas as atitudes de hoje e as decisões que tomamos no dia a dia, podemos perceber o quanto de interferência, interna e externa, domina nossos destinos. É importante distinguir o quanto ela é benigna ou maligna. Precisamos estar informados para selecionar o que é construtivo e tomar atitudes conscientes e equilibradas, para evitar o eco das vozes destrutivas. Segundo Robert Wong, “Quando precisar decidir... vá pelo coração, sua essência, que é sábia...” Dar atenção ao coração, incrementa ganhos e fluímos sem dependência.
Sempre que houver uma interferência devemos dar oportunidade para a outra parte fazer sua escolha. Pois, elas surgem desde sempre, mas devemos analisá-las antes de aceitá-las, para garantir a qualidade de nossas vidas e estar preparados para as mudanças, como em Júlio Perez, “... São tantas vozes! / todos os livros que li / ecoam em meus ouvidos...”.
Eco das vozes, no popular, é palpitar, se meter onde não é chamado... é quando a pessoa não pensa no que vai dizer, apenas começa a falar sem se preocupar com as consequências e os resultados, sem pesar os pontos fracos e ressaltar o que tem de melhor. E, por muitas vezes, ouve-se o que não se quer, como demonstra Carlos Higgie, ”...vou embora para um lugar cheio de luz, ...para que minha voz seja minha e não o eco de outras vozes, para que meus pensamentos cresçam e amadureçam e não sejam cortados pela raiz...”.
A melhor medida para lidarmos com a interferência, ou para influenciar, ou ser eco das vozes, é termos conhecimento da situação, sabermos do nível da necessidade e realização do outro. Na voz de Júlio Perez, “... são tantas vozes! / E todas querendo me dizer alguma coisa. / Impossível atender a todas...”.
Saber fazer escolhas, ter atitudes são investimentos que podem valorizar as nossas vidas, sem interferência e como ressoar do eco das vozes.












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