segunda-feira, 19 de maio de 2014

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SAL E ÁGUA - JANDIRA ZANCHI



alonga-se o longo funil por entre os miúdos soníferos dos dias
desbravados   marcados de tempos e fadigas
quase falhos na sincronia – aberta – aos destroços
opacos onívoros unilaterais em seus fatos factoides
escritos em língua de maneirismo oval opalas
ao lento gás desafiado da sina semáforo
à esquerda enviado dos eros errantes erráticos
enraizados
              em vias de ver-se
                                        ao longe léu ladeira
e seus encantos
esqueço-me que marte antes de júpiter vê o sol
e que nem todo dia
nem quando menina
sabia sábia esse canto cantoneira carnívoro
   - sal e água  -
escorrendo aos meus pés lua de jade canários canforados
prata no cálice  líquido vermelho
o tempo enroscado em suas mesuras anfíbias
sem santo    sem cauda   sem timoneiro
raspando da alma suas pontes  neblina de gelo 
na curva os domínios do sonho  sono sem soníferos
nem branco   quase arte    encanto

à luz lilás é outro o braço que segura o vento.
 

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