Debaixo
de um chão de estrelas nossa pequena Terra se assemelha apenas a um grão. Existem
leis subjacentes a prescreverem-lhes as órbitas, o equilíbrio, os ciclos dessas
pedras a revolverem os céus. Uns poucos loucos desvelaram as suas equações. Outros
renderam-las versos sensíveis em homenagem. Enquanto o humilde trabalhador a
lavrar o solo, extrair-lhe o sustento. Cada criatura apreende de forma diversa da
gravidade. Entretanto ela está sempre presente. Inerente aos fenômenos da vida,
como o ar que respiramos, quase sem nos apercebermos. As estrelas, estas fugidias,
nos deixam vislumbrar-lhes o brilho, ao longe, se é noite, sem nada nos dizer
dos dias. Porque habitam a casa da realidade, ocupam-se daquilo que são,
alheias a razão da existência. Deixando-nos assim a deriva, náufragos em seu
véu, poeira de estrelas. Se por um lado escapa-nos a verdade, temos a nosso
favor o sentimento, a percepção. Do ínfimo espaço entre as palmas das mãos que
se dão escorre o amor. Esse fluido a permear todo espaço; atribuindo-lhe
significado, beleza, veneração. São os nossos sonhos, sementes fecundas a
suster a infinita árvore da vida.
Image
Credit: “Milky Way Over Quiver Tree Forest” Florian Breuer, 2012 December 12
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário