quinta-feira, 2 de abril de 2015

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Pequenas histórias 137

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dezenove segunda-feira.
 
 

Dia dezenove de maio de dois mil e oito.
“O homem de integridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será descoberto.” – Provérbios, capítulo 10, versículo 9
 
Dezenove, segunda-feira de uma semana meio que curta, feriado na quinta, para muitos um fim de semana prolongado, para outros apenas um feriado que surgiu no meio do caminho interrompendo a labuta.
Dezenove, segunda-feira, não há referencia a esse dia, pois de onde tenho tirado as informações nada consta, mas deve ser dia de algum santo, o que não falta é santo e ladrão nesse BRASIL varonil.
Dezenove, segunda-feira, quando joguei a mochila em cima da mesa ao chegar, fui dominado por uma sensação de certo desconforto, não era raiva, cansaço, ou estresse, não era, nada disso, uma sensação de prisioneiro, de se sentir preso, de querer fazer, de criar e não ser possível, isso dá uma fraqueza a ponto de desinteressar por tudo, de ficar parado, imóvel vendo o tempo passar. Essa sensação não é por causa do trabalho, família, falta de dinheiro, isso ou aquilo, é mais culpa minha do que por outra coisa qualquer, o pior, sei que continuarei assim, não vejo mudança.
Dezenove, segunda-feira, ontem dia dezoito foi Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exposição Sexual das Crianças e dos Adolescentes. Nome pomposo. Pergunto: o que se tem feito para acabar com os abusos, tanto de crianças como em geral, abusos domésticos, financeiros, trabalhistas, econômicas, poder, o que se tem feito. Creio que nada, pois os nardonis da vida continuarão a manchar as calçadas com sangue de Isabelas, outras ficam adultas ainda jovens, nos seus sete anos ou doze anos já tendo filhos para criarem sem saber quem é o pai, perdem o que há de mais precioso: o brincar, levando para o futuro traumas que às vezes prejudicam, tanto ela, como os que a rodeiam. Morte aos assassinos e estupradores de crianças e adolescentes.
Dezenove, segunda-feira, está chegando o maior herói do cinema, o sessentão Indiana Jones, no meu parecer o único desbancando todos os outros, por dois motivos: quem gosta de gibi como eu, concordará que Spielberg conseguiu trazer para a tela todo o clima, o suspense que há nas HQs, criou uma história verossímil, um herói simples, comum, o homem como qualquer um, apenas arqueólogo; o outro motivo é um herói simples, que não precisa de artifícios e nem de capa para voar, nem de teia para ficar suspenso, nem de espada com raios laser, nem de cinto com apetrechos inusitados e, muito menos licença para matar, claro é pura diversão, mas uma diversão classe A, cinema não é só arte, de papo cabeça, drama, comédia, guerra, denuncia e outros quilates, é diversão também.
Dezenove, segunda-feira, não se quantos mortos na China, vulcão entra em erupção, tufão mata nas Filipinas, ataques xenófobos na África, o planeta Terra em ebulição reclama dos maus tratos, e nada se faz, apenas se tira enriquecendo os ricos e poderosos.
Dezenove, segunda-feira, corre o sangue do tempo nas veias dos espaços delimitando sentimentos que anseiam pela liberdade de se expressarem livremente.
Dezenove, segunda-feira, fecho essa crônica com um sorriso de esperança de que cada dia, hora, minutos, segundos que passam será para melhor.
Dezenove, segunda-feira, fecho esse texto acreditando ainda no amor.

pastorelli

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