Dezenove segunda-feira.
Dia dezenove de maio de dois mil e oito.
“O homem de integridade anda seguro, mas o que
perverte os seus caminhos será descoberto.” – Provérbios, capítulo 10,
versículo 9
Dezenove, segunda-feira de uma semana meio que
curta, feriado na quinta, para muitos um fim de semana prolongado, para outros
apenas um feriado que surgiu no meio do caminho interrompendo a labuta.
Dezenove, segunda-feira, não há referencia a esse
dia, pois de onde tenho tirado as informações nada consta, mas deve ser dia de
algum santo, o que não falta é santo e ladrão nesse BRASIL varonil.
Dezenove, segunda-feira, quando joguei a mochila em
cima da mesa ao chegar, fui dominado por uma sensação de certo desconforto, não
era raiva, cansaço, ou estresse, não era, nada disso, uma sensação de
prisioneiro, de se sentir preso, de querer fazer, de criar e não ser possível,
isso dá uma fraqueza a ponto de desinteressar por tudo, de ficar parado, imóvel
vendo o tempo passar. Essa sensação não é por causa do trabalho, família, falta
de dinheiro, isso ou aquilo, é mais culpa minha do que por outra coisa
qualquer, o pior, sei que continuarei assim, não vejo mudança.
Dezenove, segunda-feira, ontem dia dezoito foi Dia
Nacional do Combate ao Abuso e à Exposição Sexual das Crianças e dos
Adolescentes. Nome pomposo. Pergunto: o que se tem feito para acabar com os
abusos, tanto de crianças como em geral, abusos domésticos, financeiros,
trabalhistas, econômicas, poder, o que se tem feito. Creio que nada, pois os
nardonis da vida continuarão a manchar as calçadas com sangue de Isabelas,
outras ficam adultas ainda jovens, nos seus sete anos ou doze anos já tendo
filhos para criarem sem saber quem é o pai, perdem o que há de mais precioso: o
brincar, levando para o futuro traumas que às vezes prejudicam, tanto ela, como
os que a rodeiam. Morte aos assassinos e estupradores de crianças e
adolescentes.
Dezenove, segunda-feira, está chegando o maior
herói do cinema, o sessentão Indiana Jones, no meu parecer o único desbancando
todos os outros, por dois motivos: quem gosta de gibi como eu, concordará que
Spielberg conseguiu trazer para a tela todo o clima, o suspense que há nas HQs,
criou uma história verossímil, um herói simples, comum, o homem como qualquer
um, apenas arqueólogo; o outro motivo é um herói simples, que não precisa de
artifícios e nem de capa para voar, nem de teia para ficar suspenso, nem de
espada com raios laser, nem de cinto com apetrechos inusitados e, muito menos
licença para matar, claro é pura diversão, mas uma diversão classe A, cinema
não é só arte, de papo cabeça, drama, comédia, guerra, denuncia e outros
quilates, é diversão também.
Dezenove, segunda-feira, não se quantos mortos na
China, vulcão entra em erupção, tufão mata nas Filipinas, ataques xenófobos na
África, o planeta Terra em ebulição reclama dos maus tratos, e nada se faz,
apenas se tira enriquecendo os ricos e poderosos.
Dezenove, segunda-feira, corre o sangue do tempo
nas veias dos espaços delimitando sentimentos que anseiam pela liberdade de se
expressarem livremente.
Dezenove, segunda-feira, fecho essa crônica com um
sorriso de esperança de que cada dia, hora, minutos, segundos que passam será
para melhor.
Dezenove, segunda-feira, fecho esse texto
acreditando ainda no amor.
pastorelli
pastorelli
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário