horas diagramadas como
contas contadas desse rosário
sem fábulas, meio torto em suas
contas desfiguradas
apagadas de qualquer fulgor
enquanto percorre a tarde suas mesmices
levantadas
luares de brancas recordações
amuado é o canto cânfora
do pudor
pulverizado de pecados
quase pétalas e flores
- frases entrecortadas por suspiros e fadas
morenas as marés
movediças dos sonhos
dos santos
dos sátiros
dos ateus
dos navegados mares da inconsciência
quase ciência de se si
(enquanto adormeço no vagar das
brumas bromélias beneficiadas
com vôos vagas versículos vertentes
verificadas
no ventre de seus véus)
pois diáfano é o dia e sua serpente de não saciada fome de vento e vastidão
vestíbulo de minha fé na ação
na rameira razão
na circuncisão de fatos
e agrados – bentos e bruxos
sagrados e soníferos
incinerados.
JANDIRA ZANCHI
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