quinta-feira, 8 de outubro de 2015

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SEQUESTRO DE PAIXÕES - JANDIRA ZANCHI




posso cantar a lua e atravessar o vento
ou lamentar o tempo em sua quadratura de fiéis cordeiros
semi livres soltos ao léu
crentes,   de verdade, de  que é amplo e renascido cada momento
em virgem viajem de liberdade  ainda que tarde...

são frias as manhãs de cada empenho
são nuas as faces em seus segredos
são fáceis e sem pudor as ansiedades morosas, escondidas, vaporosas
dos seres massa malévolos de crespa dor em seus ninhos
                                                                                          ] imolados  de solidão
pedintes de dulces dádivas em suas mantas

que escorregam de qualquer forma
                                           a forma a farma a fama
a saga o sangue o suor o sinistro
                                                   ] o destino
o destro e o molesto
                                      seqüestro de paixões

(é vermelha a noite notificada do vão
vácuo e sem pudor
estribilho da estrada)

mandíbulas de aço abrem-se, inertes, iniciadas enquanto contextualizadas,
avulsas/aviltadas quando despidas de suas imaginações

se ainda não percebeu nenhum tamanho tem o ato (nem o contrato)
apenas são vésperas de sonhos, que distraídas, percebem a brincadeira, 
e, meninas, sorriem.



JANDIRA ZANCHI



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