terça-feira, 24 de maio de 2016

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TRANSFIGURADOS – JANDIRA ZANCHI

Ilustração: Marco Ortolan


das extrema unções que a vida nos fornece
nenhum esperanto encolhe melhor
a estreita raiz de nossos amores
do que o fado do fardo
carregado  por entres umas estrelas
virgens e vomitadas de seu centro

algoz agoniado manto que tremula como
corregedor  da valentia- sem sina/opaca opala -  
desses  dias transitivos
transfigurados ... nunca esclarecidos
tombados como mártires, espada e espadachim
           largo céu cenário camuflado

enviesado, meu pranto floreia
de marginais e transversais
a clara noite sem estrelas

bate a maré sua fúria de sertões
sertanejos salubres saciados
amaciados amantes sem alcova
embrutecidos dos ventos, inóspitos, guerreiros
furtivos e bastados ao bento ser que verga
             -  vagabundo –
as fagulhas de um fogo sagrado
acontecido no beiral da vida/sacerdócio

enfim, arrastado pelas colméias da virtude

até as dunas – dantescas – dos desencontros.

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