Zero
Terminei ontem a leitura do romance “Barba
ensopada de sangue”, de Daniel Galera, 1ª Edição, Companhia das Letras, São
Paulo, 2012.
Livraço, certamente o melhor que eu li neste
ano de 2016 (vale lembrar que eu leio devagar, ao meu tempo, o universo dessa
amostragem nem é tão grande assim).
Gostei especialmente do romance pelo enredo,
pelo jeito de contar a estória (também porque já fiz travessias de 10 km no
mar, triatlo, essas doideiras; e porque também já estive em busca de
respostas).
Deixo minha seleção de sete passagens
prediletas (espero que estes trechos motivem você a se aventurar pela leitura
do livro também).
Um
Não
é possível.
Quê?
Isso
é o teu carro?
Sim.
É o Tétano.
Esse
troço anda? Achei que era ferro-velho.
Anda
pra caralho. Só toma cuidado quando entrar.
O
Bonobo consegue abrir a porta do motorista e se acomoda no banco. Ele dá a
volta no fusca e fica espremido entre o carro e o muro tentando abrir a porta
do lado do passageiro. A maçaneta corroída precisa ser pressionada de um jeito
bem certinho para acionar o mecanismo. A lataria está coberta de padrões
fractais de ferrugem e tinta bege descascada. Do teto se projetam as duas
forquilhas enormes de um suporte de bagagem capaz de acomodar um barco pequeno.
Há furos e arestas pontiagudas por toda a parte. Os pneus estão tortos, carecas
e meio vazios. Entra com cuidado, tentando não se cortar. Do assento do banco
do passageiro resta apenas uma armação de hastes de ferro maleáveis cobertas
por almofadas velhas e um papelão dobrado. O encosto de espuma mole está
relativamente intacto. Em cima do painel há uma estatueta dourada de um Buda
sentado com um sorrisinho no canto da boca e lóbulos da orelha hipertrofiados caindo
sobre os ombros. Assobia para Beta. A cachorra contorna o carro e sobe no colo
dele com um salto. Ele a afaga, elogia a sua disposição e a acomoda no banco
traseiro, que está coberto por uma canga de praia do Grêmio. Vê a bateria
acomodada atrás do banco do motorista no meio de um emaranhado barroco de fios
elétricos. O Bonobo gira a chave na ignição. O motor do fusca dá uma risada.
Demora
um pouco para pegar, mas depois que pega não apaga.
Na
quarta tentativa o motor pega. O Bonobo acelera fundo e produz um ronco
escandaloso até obter um par de explosões no escapamento.
Pega
o meu tapa-olho ali no porta-luvas por favor.
Meu
o quê.
Meu
tapa-olho.
Abre
o porta-luvas e encontra um tapa-olho feito de pano e elástico preto no meio de
uma barafunda de lenços de papel usados, cartões, barras de parafina,
camisinhas, uma estopa encardida, uns óculos de sol quebrados. O Bonobo pega o
tapa-olho e o ajusta em volta da cabeça e em cima do olho direito.
É
pra não enxergar duplo.
Somente
então ele engata a primeira. O carro anda. O capim e os destroços do quiosque
raspam no fundo. A sensação é a de estar viajando dentro do próprio motor. Saem
de Garopaba pela estrada estadual. Um carro cruza no sentido oposto e o asfalto
iluminado surge sob seus pés através de um buraco no piso. O Bonobo
ziguezagueia levemente na pista mas levando em conta o seu estágio de
embriaguez e o estado do veículo ele até que dirige de maneira reconfortante,
compenetrado, em velocidade moderada, com a vista limitada pelo absurdo
tapa-olho e debruçado sobre o pequeno volante de forma a quase encostar o nariz
simiesco no para-brisa. Criaturas como uma vaca ou um ciclista ganham vida num
clarão e voltam a ser assombrações quase no mesmo instante. Entram à esquerda
no acesso da praia do Rosa. É necessário parar o Fusca quase totalmente para
transpor os quebra-molas. O calçamento plano de lajotas dá lugar às ladeiras de
chão batido. A embreagem do Fusca não retorna sozinha a posição normal depois
de acionada. Para lidar com o problema o Bonobo amarrou um pedaço de corda de
varal azul ao pedal e ao puxador da porta. A operação de tirar a mão esquerda
do volante e puxar a corda no momento exato após cada troca de marcha é
complicada e exige um tato de ginga e sincronia. Nas manobras mais complexas o
motorista lembra um titereiro controlando o boneco de um automóvel.
Dois
Antes
do feriadão de primeiro de maio cai na mão dele um exemplar de um jornal
editado em Tubarão que traz na capa a notícia de que o corpo de uma guria de
dezesseis anos que morava na praia da Pinheira havia sido encontrada na
vegetação às margens da rodovia BR-101, um pouco ao norte de Paulo Lopes,
poucos quilômetros acima do trevo da entrada de Garopaba. Estava sem olhos e
sem lábios e havia sinais claros de estrangulamento, que foi a provável causa
da morte. O perito suspeitava ou queria acreditar que as mutilações no rosto
foram feitas após o óbito da vítima e as partes extirpadas não foram
encontradas. Ela estava sem blusa, mas não foi confirmado se houve violência
sexual. Havia também marcas abundantes de arrastamento, levando a crer que
tinha sido assassinada longe dali, provavelmente num mato com vegetação densa e
pedras, e então transportada até o local por uma ou mais pessoas que não eram
capazes ou não quiseram se dar ao trabalho de carregá-la e só puderam ou
preferiram arrastá-la. A matéria tinha sido publicada dois dias após a
descoberta do corpo e a fotografia mostrava a vítima coberta por um pequeno
cobertor ou pano de cor clara deixando ver apenas as mãos com os dedos
dobrados, os pulsos e parte dos braços erguidos ao lado da cabeça, lembrando um
bebê no berço. Quando olha a foto ele imagina num clarão o rosto da guria por
baixo do cobertor ou pano como num daqueles flashbacks chocantes dos filmes de
terror e a imagem vislumbrada o perseguirá por alguns dias. Era descartada a
possibilidade de que os olhos e lábios tivessem sido comidos por um animal ou
algo assim porque os ferimentos eram de incisão precisa, quase clínica, com
objeto cortante. Ela havia dito aos pais que ia acampar com amigos numa
cachoeira da região e os amigos de fato foram acampar mas disseram que ela não
apareceu no horário e local combinados para a saída e eles foram sem ela. A
polícia trabalhava com a hipótese de crime de vingança mas salientava que ainda
estava levantando dados e que tudo era possível. Essa era toda a informação
trazida pela matéria. O jornal datado de uma semana antes foi encontrado em
cima de um banco no vestiário da academia como se alguém o tivesse esquecido
dentro da mochila e dias depois se livrado do papel velho sem ao menos se dar
ao trabalho de colocá-lo no cesto de lixo e ele acha estranho que ninguém na
academia, nos restaurantes, nos bares, no posto telefônico, na praia, na
escolinha de Pablo, que nem dona Cecina nem Renato nem Dália nem o vendedor do
mercadinho ou os pescadores tenham comentado uma notícia tão hedionda, algo que
tinha acontecido tão perto da bela e feliz cidadezinha costeira em que moravam,
cidadezinha que já parece ter sido abandonada de vez pelos turistas, pelo menos
até a temporada do próximo verão, e mais parece agora um parque de lojas
fechadas e casas vazias, quarteirões inteiros desertos a não ser pela visita
muito ocasional de um caseiro podando uma árvore. O esvaziamento fulminante da
cidade, a chegada do frio para valer, o assassinato brutal de uma adolescente
não muito longe dali, nada disso que lhe chama tanto a atenção parece ser digno
de nota. Fala-se por aí que a pesca da tainha esse ano será uma catástrofe
ainda pior que a do ano passado e a população em geral se preocupa em fazer
render o dinheiro ganho com o comércio e o turismo de um verão que ficou para
trás em definitivo e já parece uma memória longínqua, um tempo em que os
moradores locais haviam trabalhado tanto em meio a tanta gente vinda de fora
que mal tinham conseguido ver uns aos outros e conversar com os seus próprios
amigos e familiares, meses vividos menos como habitantes e mais como
funcionários de um enorme pavilhão ocupado por um megaevento. Comentam pelas
ruas também uma eleição municipal que só ocorrerá em setembro e de resto se tem
a impressão de que todo mundo espera apenas descansar e viver sem sobressaltos
os dias frios e ensolarados em que nada acontecerá. Dizem que haverá tédio e
tristeza na calmaria e que o frio e a solidão ressuscitarão todos os fantasmas
sazonais conhecidos e também despertarão alguns desconhecidos, mas falam disso
como se ainda não fosse hora e houvesse tempo de sobra pra se preparar.
Três
Entre
os competidores profissionais estão alguns conhecidos seus e o reencontro mais
efusivo é com Pedrão, que tem patrocínio da Paquetá Esportes e é presença comum
nos pódios e décimo primeiro no ranking nacional de triatlo. Noite passada,
durante o congresso técnico no salão de jantar do Hotel Garopaba, a primeira
coisa que Pedrão lhe perguntou foi se ele estava doente. Tinha achado o antigo
companheiro de treinos um pouco magro demais e com uma cara um pouco abatida,
sem falar na barba desleixada. Ele garantiu que estava bem de saúde e quanto à
barba, bem, tinha enjoado da própria cara, estava fazendo uma experiência.
Pedrão entendeu a piada e riu. Trocaram um abraço forte. Pedrão tinha se
aproximado e dito Oi, é o Pedrão. Eram dois homens que se respeitavam. Tinham
passado centenas de horas juntos correndo, pedalando e nadando longas
distâncias, se incentivando, se distraindo, puxando o ritmo do outro,
compartilhando o estado mental semimeditativo do exercício prolongado. Pedrão
tem a mesma idade que ele, trinta e quatro anos, mas ele sabe que os dois
parecem um pouco mais velhos que isso. Esforço demais, sol demais, radicais
livres demais no sangue se somando aos percalços físicos e emocionais que
afligem todo mundo e que carregamos no corpo como marcas gritantes ou sutis, às
vezes sutilíssimas ou mesmo invisíveis, e ainda assim de alguma forma
perceptíveis de fora. O corpo é a sua própria cápsula do tempo e sua viagem é
sempre um pouco pública, por mais que tentemos esconder ou maquiar.
Quatro
Nos
dias seguintes pensa pela primeira vez na ideia de voltar a Porto Alegre ou
pelo menos sair dali e se mudar para outro lugar. Começa a dormir demais.
Levanta no meio da manhã com o motor dos barcos que voltam da pescaria ou a
conversa da rapaziada que vem fumar maconha na escadinha. Passa mel e óleo de
gergelim numa fatia bem grossa de pão integral e mastiga sentindo o vento
salgado na cara. Quando entra lua cheia o tempo não muda até a lua mudar de
fase. Vento leste traz tempo ruim. Quem lhe ensinou essas coisas? Não consegue
lembrar. O inverno o entusiasma por razões que não compreende. Gosta de
requentar toda noite o panelão de sopa, de sentir a lufada de ar polar
queimando na pele quando abre o zíper da roupa de borracha depois de nadar.
Fica à vontade na estação que os outros esperam passar. Sente a presença
constante de uma coisa indefinida que está demorando para acontecer. Fases
assim são o mais próximo que conhece da infelicidade. Às vezes desconfia que
está infeliz. Mas se ser infeliz é isso, pensa, a vida é toda de uma clemência
prodigiosa. Pode ser que ainda não tenha visto nem sombra do pior mas se sente
preparado.
Uma
vez Viviane lhe falou a respeito dos deuses gregos, tema de leituras que vinha
fazendo para o mestrado em literatura que cursou na época em que moravam
juntos. Imagina se a vida real fosse assim. Deuses dizendo de antemão que a
gente vai vencer a batalha, sobreviver ao naufrágio, reencontrar a família,
vingar a morte do pai. Ou o contrário, que vamos ser derrotados ou sofrer
coisas horríveis durante muitos anos antes de conseguir o que queremos, que
vamos nos perder, ou mesmo morrer. E eles entram em detalhes, dizem exatamente
como, quando e onde e depois saem voando com o vento e deixam o mortal ali com
a obrigação de cumprir ou executar o que já foi decidido pelos tiozinhos do
Olimpo. Imagina que merda. E ele tinha dito que não achava ruim. Que gostava da
ideia de que há deuses soprando em nosso ouvido uma boa parte do que ainda irá
nos acontecer. Não crê nisso de fato, não há lugar para deuses em seu coração,
mas tem a sensação de que alguma coisa equivalente está em curso no mundo
profano, um processo natural, algum mecanismo no corpo ou na mente que antecipa
coisas que mais tarde poderemos chamar de destino. Na opinião dele a vida era
mesmo um pouco desse jeito. Já se sabe em grande medida como as coisas vão ser.
Para cada surpresa há dezenas ou centenas de confirmações do que já era mais ou
menos esperado ou intuído e toda essa previsibilidade tende a passar
desapercebida. Viviane ficava louca com isso, em parte porque ele não tinha a
mesma cultura e vocabulário que ela e não conseguia se expressar direito, em
parte porque ela discordava da ideia com veemência. Ela falava então de
livre-arbítrio, a liberdade do homem para escolher, para decidir como as coisas
serão de acordo com a vontade, coisa que ela não aceitava que ele não aceitasse
com a mesma naturalidade que ela. As discussões podiam começar com uma piadinha
ou uma provocação carinhosa e evoluir para bate-bocas exasperados nos quais, na
falta de argumentos e arsenal retórico, ele precisava defender sua posição com
teimosia ou silêncio.
E
numa dessas manhãs do começo de julho ele tira as meias e a camiseta, veste um
bermudão de praia, pega a cachorra no colo e desce a escadinha de cimento até a
pedra do Baú. O mar está encrespado mas as ondas estão fraquinhas. O sol forte
ameniza um pouco o frio. Deixa Beta na beira da pedra e entra na água pisando
com cuidado nos mariscos e algas ocultos sob a espuma. Ergue a cachorra de novo
nos braços, entra um pouco mais fundo e a mergulha no mar gelado. Ela mantém o
olhar fixo adiante, perplexa com o banho inesperado. Nunca teve o hábito de
entrar na água e muito menos no mar. As ondas a assustam. Começa a pedalar
instintivamente com as patas dianteiras e um pouco também com as patas
traseiras. Ele a incentiva e se mantém submerso até o pescoço por
solidariedade, para passar tanto frio quanto ela. Assim que a cadela encontra
um ritmo ele a segura por baixo da barriga com uma das mãos e dá sustentação a
seu corpo. Beta funga um pouco e espirra quando a água lhe atinge o focinho. São
observados por um bando de abutres que em dado momento decolam agitando suas
asas magníficas. São aves pavorosas no chão e lindas voando. Quando o frio fica
difícil de agüentar ele acomoda a cachorra com firmeza debaixo do braço, saí da
água, sobe a escadinha, entra em casa e a envolve com uma toalha. Depois lhe dá
um banho no chuveiro quente e a seca com paciência e cuidado. Esquenta um pouco
de sopa numa panela pequena tomando o cuidado de separar uns bons pedaços de
carne e serve a vasilha de água para que ela coma. Passa a fazer isso todo dia,
mesmo quando chove.
Cinco
Afaga
o couro da cachorra, quente apesar de tudo. De súbito, sem que pudesse
premeditar, enxerga com nitidez tremenda algo que desejava enxergar faz tempo e
começa a chorar de felicidade. Gostaria que Jasmim estivesse ali agora, e Viviane,
e seu pai e sua mãe, e mesmo Dante, mesmo as pessoas que tem vontade de odiar e
não consegue, gostaria que todas estivessem ali agora. Seu pai tinha dito isso
uma vez. Tu não consegue odiar nada, guri. Isso não pode fazer bem. Mas é
assim, pai, ele responde agora olhando dentro do breu. É assim. Vai se sentindo
cada vez mais leve à medida que pensa nessas coisas e adormece sentado de
encosto à pedra.
Seis
O
terror aparece quando ele imagina recifes e animais marinhos ou contempla a
possibilidade de estar nadando na direção errada e se afastando da praia com
braçadas firmes e regulares, adentrando uma vastidão esmagadora de onde não haverá
volta.
No
restante do tempo, porém, ele se concentra no nado, na respiração, em sinais
que possam ajudá-lo a manter uma linha reta que dê em algum lugar. A certa
altura já não crê estar metido em nenhuma enrascada muito maior que outras
vezes que nadou longas distâncias em piscinas olímpicas e travessias marítimas
com centenas de outros atletas. Isso tudo tem algo de familiar, é como aqueles
três quilômetros finais da travessia de Tapes que nadou com câimbras na coxa,
como a hipotermia no meio da prova de ciclismo que quase o tirou do Ironman de
Florianópolis. Toda prova tem um ritmo certo, é preciso medir a força e estar
atento ao estilo, ao desenho das braçadas à freqüência das pernadas e acima de
tudo se concentrar e manter a concentração no nado até que a mente e o corpo
sejam uma coisa só, o que inaugura condições para que ele e a água se tornem
uma coisa só e não haja mais necessidade de se concentrar. Todos os momentos
anteriores pareciam tê-lo preparado para isso. É a prova para a qual treinou a
vida toda. A imaginação pode ser uma aliada nessas horas. Imagina competidores
a seu lado e no seu encalço. Apenas os melhores nadadores do mundo. O líder que
deseja ultrapassar está batendo pernas bem na sua frente. É só nadar na esteira
dele. A mente é crédula e esse adversário inventado se torna real em pouco
tempo, um homem de carne e osso que sente o mesmo frio e o mesmo cansaço, um
companheiro. Pode quase tocar seus pés com a ponta dos dedos. E quando esse faz
de conta em particular se dissipa ele imagina outras coisas. Que está sendo
perseguido por tubarões descomunais e leviatãs de aparência ignorada. Que se
fizer uma pausa ou se diminuir o ritmo será fulminado por um raio. Que está
deixando a morte para trás. Que uma mulher silente e amorosa o aguarda nas
areias da praia, uma mulher que não se parece com nenhuma que já teve mas sem
nada de extraordinário. Ela o recebe sem susto, deixa que deite a cabeça sobre
suas coxas empanadas de areia para descansar pelo tempo que for preciso e diz
que eles precisam um do outro, que sempre terão vontade e serão capazes de
prover tudo que o outro deseja, sem exceção. Dá para saber que ela está dizendo
a verdade. Ela desliza a ponta dos dedos por suas têmporas e pergunta o que ele
quer. Ele balbucia que não muito, apenas que as pernas dela sejam quentes ao
toque no inverno e frias no verão, e que tenham uma guriazinha ranhenta para
ralar os joelhos correndo em volta da casa, e que se possa ver uma laguna que
fique dourada no fim da tarde, mesmo que de longe. Acima de tudo que ela
continue quentinha quando ele estiver com frio. Nada mais. Depois é a vez dela.
Me diz o que tu quer. Ela vai dizendo e ele aprova tudo e pergunta o que mais,
o que mais. É uma lista interminável de coisas e garantir que providenciará
cada uma delas traz um prazer infinito, não importa o que seja. Vai dando tudo,
uma coisa para cada braçada, implorando que ela não pare, obtendo disso a força
de que necessita.
Sete
Há
apenas dois lugares possíveis para uma pessoa. A família é um deles. O outro é
o mundo inteiro. Às vezes não é fácil saber em qual dos dois estamos.
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário