terça-feira, 19 de junho de 2018

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MOLDAGENS – JANDIRA ZANCHI





como quimera queimo rugidos de chuvas
e estico até um elmo – sem pares –
a sonâmbula crescente de crepúsculos

ofuscado o brado – quase tangente –
no vizir do espelho... carótidas de mel
melancolia?
atiram-se da nave e seu opúsculo
espreitando nascentes e suadouros

como se em ondas dementes
o destino se desprendesse do seu vácuo
quântico ou sintético ou cartesiano
ou fosforescente ou complacente ou...

das medidas que estendemos – ainda –
são curvas as moldagens e seus anseios

alongaremos essas vestes – nenhum pranto –
quase oratório o lamento
seco   secado   sacrificado
alienado

já não namoro os pingos de chuva e os telhados.

Jandira Zanchi (Área de Corte, Patuá, 2016)

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