O
poeta Márcio Catunda questiona, “... Noite
de velório sobre o mundo. / Quem pode continuar assim?”.
Um
suspiro, uma pausa para refletir sobre os corredores lotados dos hospitais e
funerárias. Nossos corações espedaçados, corpos e mentes confinados. A
ansiedade pulsa diária e ostensivamente.
Somos
a equipe dos bastidores; apenas assistimos o balé nervoso das sombras; não sabemos ao certo o que ainda
acontecerá.
A sensação de impotência,
tristeza e derrota está nas horas que passam dispensando a vida de mais e mais semelhantes.
A preocupação extrapola o quanto somos maltratados pelo vírus, enquanto não
podemos, nem devemos ir além da soleira da porta.
Trancados
em casa tentamos nos manter alheios ao nervosismo, concentrados apenas no que
já aconteceu. A expectativa é grande, as mãos suam e tremem, os olhos
lacrimejam e nossas vozes se emocionam no transbordar da epidemia.
Nossa certeza é de que não
sentiremos saudades dos dias atuais.
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