Desde cedo aprendemos os contrastes entre quente
e frio, bonito e feio, dia e noite, bom e ruim, alto e baixo, bem e mal, pobre
e rico, bom e mau, magro e gordo, triste e alegre, claro e escuro, doce e
salgado, amor e desamor e tantos outros com que convivemos. Mas, aprendemos o
valor dos sentimentos, das pessoas e das coisas? Sabemos lidar com os limites
contrastantes que estão em tudo que recebemos? Fugimos dos preconceitos?
Respeitamos as regras impostas pela vida de forma assertiva? Para Jorge Tufic, ”... a vida é um largo / onde a música, a
dança, o brinde, a fala, / dão nome ao doce que se torna amargo...”.
Os contrastes podem gerar conflitos
quando os trazemos, sem os valorizar, para a rotina. Devemos caminhar separando
os contrastes, esclarecidos adequadamente no momento certo. Assim, evitamos o
preconceito e o desperdício de tempo no dia a dia.
Se em geral conseguimos administrar os
contrastes, reconheço ser delicada a situação, quando ficamos na dependência de
motivos, mudanças e do que oferecemos para o bem estar. Paulo Hecker Filho
expressa, “... A vida não é dura nem
doce. / A vida é o que nos cabe...”.
Lembro que, ao sermos parte da
sociedade, é natural que surjam contrastes; assim, é importante nos colocar no
lugar do outro e refletir sobre o que faríamos se os papéis estivessem invertidos.
E se precisássemos fazer algo contra a vontade? Fernando Pessoa escreveu, “... andava no campo //... triste como
esmagar flores em livros / E pôr plantas em jarros...”.
Há motivos para repensarmos nossas atitudes e
intenções. Por exemplo, sonho a simplicidade em que todos são iguais. No
entanto, nada é simples e tudo vai além da verdade: o sol mergulha no mar; o
vento fecha as portas; a vida é desatada e sem norte; a praia é inconquistável;
o maior engole o menor; a morte é secreta; os instantes são marcados pelos
contrastes; os pés estão nus; os corações partidos; o medo persiste à noite; a
vida não tem cura, tem preço; luto contra o nada; percorro a ideia crua; crescer
é se desenvolver entre os espaços brancos e pretos.
São alguns contrastes relacionados ao
encararmos nossas dúvidas e inseguranças. O desafio é usarmos nossa
sensibilidade para o bem; termos capacidade de analisar as situações e de
fazermos escolhas ante os contrastes da vida. Como em Paulo Hecker Filho, ”... nada detém o mundo. / Nem um coração
que para”.
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