quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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o rumor oculto na pedra - sonia regina





































sabes, nem de letras nem de coisa alguma nasceram 
as idéias forradas de terra e rocha, senão dos beijos 
que saltaram ao vento em montes nus da doçura da erva; 

tampouco sofreram a erosão das águas como os barcos
presos às âncoras na boca do rio, enquanto à margem
envelhecia a crueza dos desafetos.

escuta, nenhuma saudade apaga o clarão no qual viajam
os pássaros para o sul e, nas serras baixas, o relevo
ainda se esmera em sinuosidades,

não vês? é numa espuma vigorosa que despenca a cascata
que não chora o rumor oculto na pedra;
é ao novo olhar do mar que se faz verde a direção da manhã;
é na serenidade dos astros que a noite é mais azul.




Imagem: Fred Frank



4 comentários

Paola Rhoden

Tão sublimemente poético. Que lindo!!!

jorge vicente

a noite mais azul
o verso mais bonito.

o teu.

beijinhos, amiga
jorge

Jorge Xerxes

Amiga Sonia,

Que Belíssimo Poema!

Quanta Inspiração!!

Essa Obra É Verdadeiro Encantamento!!!

Um Beijo, Jorge X

sonia regina

Paola, Jorge e Jorge,

obrigada, queridos, pela leitura e comentários. Fico mesmo feliz e isso que dizem me instiga e motiva a continuar com os versos - a prosa anda me tomando...

bjs da sonia