sábado, 30 de janeiro de 2010

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Constantino Alves

Havia uma manhã

Constantino Alves



Havia uma manhã
Ainda não descoberta,
Estava escuro o caminho,
Uma árvore nua falava sozinha,
Um indigente olhava um espelho fendido,
Pus a sacola ao ombro,
Um cheiro da última noite trazia-me a alfazema,
Por trás das horas, um pirilampo dizia intermitente a luz,
Foi quando descobri
Numa lápide crua um poema:

“há um olhar vago num lago de luar,
Não há vazio, há uma simples espera…”

Rodopiei sozinho na minha árvore,
A manhã entrevia as primeiras folhas verdes
Nas minhas palavras.


[ Sobre o autor, leia aqui ]

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