Em pleno convénio com a primavera
se os galhos se enchem de folhas viçosas
a árvore germina flores de quimera
e a raiz colhe no musgo águas ditosas.
No fim do verão a árvore estremece
e o vento outonal que a faz mexer
acaricia a folha idosa que já não tece
a essência da seiva que a fez viver.
Enquanto a folha tosca amarelece
e se prepara para voar e falecer
o fruto adulto exulta e amadurece
doando ao pássaro a semente do prazer.
No Inverno silvestre o solo fabrica
o preparo para nova e desejada era
enquanto a árvore nua pousa e fica
lendo o pacto da próxima primavera.
Fernando Oliveira
Imagem: Elzenirde
1 Comentário
Em outra ocasião e sítio, vc sabe muito bem, também achei que era chover no molhado.
Mas alguém tem que falar.
Falei.
E errei.
E acertei.
Não quero o pronto e estabelecido.
Nem o silêncio.
Botar fogo no rabo do stablishment.
Minha função é iconoclastia, não conveniência.
Mas não sou insensível a ponto de achar que argumentos não sejam competentes. Os seus são.
Respeito. Mas digo: sou assim.
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