quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Escolhe bem tua morte - Jorge Xerxes




(para que valha a pena a vida)


não foi intencional a delicada melodia
assim como saiu espontâneo e vasto o teu sorriso
ingênuo, doce, gentil
nenhum ato daquela peça havia sido previamente ensaiado
o teatro da dissimulação a espreitar do lado de fora
se os espaços e os tempos náufragos seguiram-se depois
é porque coube antes e noutro lugar a essência
remete aos sorvedouros das galáxias
que a matéria e a energia arrastam
sem dó nem piedade
nada há de ser revisto
nada há para ser dito
posto que coube ali
exata
efêmera e sublime
abissal
violenta ao extremo

1 Comentário

Rogers Silva

Parabéns pelo poema. Parabéns a todos pelo belíssimo espaço de letras.
Abraços.