De súbito o silêncio-bruto
interrompe os tremores do tropel
da urbe. O que se abre
é apenas a comunicação silente da
quietude ampla do engolir da tarde
que vem do páramo.
O que resta é esse desumano e pacificador
silêncio, que enternece
o espírito e a carne do meu verso.
Sem nenhuma revelia, rendo-me à
paisagem muda da lua me
olhando suspensa
no mistério com seus filamentos
de sedução e abrindo a noite:
canção tácita das coisas da natureza.
Prédios desligam-se, motores sossegam... por um momento.
E eu – um bicho reduzido ante o divino – estremeço
de sentimento.
*
foto: globo.
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