quarta-feira, 31 de março de 2010

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A caneta não é minha é tua - Fernando Oliveira

Na escrita muita gente estrebucha
Alguns suam para subir a ladeira
E meia dúzia se instala no cume

Alguns utilizam uma doce chucha
Outros trabalham por brincadeira
E os demais adormecem no ciúme

Entre a estrebucharia e a falcatrua
Existem dois dedos de rivalidade
Aqueles que folheiam o chumaço

De obras doutros que queriam sua
Expostas nas livrarias da cidade
Esbatidas na luz morta de cansaço

Se a escrita corre antes que se desfaça
Entre o estrebucho e a ensoberbeceria
Levanta-te e anda escreve com raça

É na dificuldade que a letra engraça
Na pluma do doutor ou da tia Maria
Se houver lume haverá sempre fumaça.

Fernando Oliveira

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