sexta-feira, 30 de abril de 2010

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adágio escrito de uma condição humana - Isaías Faria

Isaías Faria.





dor nenhuma de amor escapa entre os dedos
voa feito caça
ronda a ferida
alcança a célula

dor nenhuma de amor é ampulheta parada
vira-se sempre
não tem volta
é dono de um cais e
nos faz ir de peito em chagas quentes

dor nenhuma de amor perdoa
mas não tenha medo
é pior
ele aproveita
o amor é assim ;
ele aproveita


Imagem: Katerina Lomonosov

5 comentários

L. Rafael Nolli

Muito bom te encontrar por aqui, Isaías! Belo poema, gostei da relação amor/ampulheta! Ampulheta!

Fabrício Brandão

Gostei da tua fala de amor, meu caro! A poesia proporciona essa vastidão de signos sobre um mesmo tema. Que maravilha saber que cada um de nós partilha esferas diferenciadas de vida!

Abração!

Cássio Amaral

Ótimo poema e bela imagem, casamento perfeito.

Abração.

monicat

Dor de amor é amenizada com sopro, beijinho e band aid. Se entregar a ela é o mesmo que se entregar a uma bactéria....Beijos, querido!!!!!!

jorge vicente

ele aproveita sempre :)

Um grande abraço pelo belo poema
Jorge