quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Então eu nego - Thabata Lima Arruda

Não sou mulher que finge chorar,
faço transbordar um mar de sentimentalidade.
O tanto que faça encher o seu peito vazio.

Sou mulher que vai até a roda rodar.
Que deixa a tontura enganar o que posso sentir
enquanto alcanço teus lábios.
Enquanto tuas mãos alcançam meu colo.

Não sou de te deixar sozinho com culpas e medos.
Por mais pequenos que sejam os medos e culpas,
não te abandono com os receios inocentes, só com a sua mente.

Quando abrir finalmente os sorrisos
vá me chamar pela janela, para dançar
sobre o chão coberto de confetes e lantejoulas.
Quando as nuvens pesadas darem passagem ao Sol,
vá me buscar, pegue na minha mão, as mesmas que te abraçam.

Não vou sentir miudezas por você,
sou de sentir mares de sentimentos.
O tanto que faça meu peito se encher de ar,
e respirar o ar, apenas para soltar e aliviar.

Não sou quem vai te levar
de mãos dadas para o altar,
ou para ver as serras. As do mar, as da terra.
Sou quem corre para vencer o tempo, os arrependimentos
e mentiras.

Então eu canto, para desfarçar minhas independências.
Porque ainda dependo das minhas indecências para te fazer sorrir.
Então eu grito, qualquer asneira para o vento mesmo,
enquanto levo preso nos meus cabelos as flores do campo
que você me deu.

Então silencio,
enquanto olho de longe a sua felicidade, a mesma que deveria ser minha.
Então lacrimejo com orgulho, pois não sou mulher que finje chorar.

1 Comentário

Betusko

Querida Thabata,
Um poema reluzente, pleno de lirismo.
Parabéns!