Emanuel Medeiros Vieira.
- Para Nelson Hoffmann -
No penúltimo
Está embutido o último.
(Dias do tempo.)
Sou outrora/amanhã.
(E agora.)
Aliás: no primeiro dia as Parcas assobiam.
E somos meninos.
Crescemos.
Eternos nos imaginamos:
bodas, festas, esperanças
(céu azul, pássaro, juventude, nuvem
desapercebida).
Mas ela está lá – imanente.
E chega o penúltimo dia.
Escovamos os dentes, farelos de pão no
bigode, o leite morno, o cadarço solto do
sapato, a barba crescida.
E a rua, as gentes.
Mas um assobio chega assim de mansinho e inelutável.
(Brasília, fevereiro/março de 2010)
Imagem: Antonio Gomez
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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Penúltimo Dia - Emanuel Medeiros Vieira
autor(a): Unknown
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1 Comentário
O que é a vida de hoje, senão o penúltimo dia do fim? E como falar do último dia com serenidade, sem chocar? E ainda com poesia?
O poeta Emanuel recorda momentos simples, de cumplicidade: uma poesia suave num poema muito bem construído.
Parabéns!
E bem vindo!
Sonia
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